Toda mentira tem perna curta e a da Câmara de Blumenau também

No apagar das luzes de 2023, a maioria dos vereadores de Blumenau aprovaram um aumento de salário para as próximas legislaturas. Como muitos acreditam nas suas reeleições, acabaram, de certa forma, legislando em causa própria.

Também aprovaram o 13º salário para os vereadores e só diminuíram mesmo o salário do presidente da casa, que só a partir de 2025 ele ganhará R$ 549,00 a menos.

Até aí, nada de novo, pois para quem já se deu mais um assessor com salário de pouco mais de R$ 7 mil, aprovou um vale-alimentação de R$ 35,00 por dia contando fins de semana e feriados, e estava louco para também aumentar o número de vereadores, o que aconteceu na quinta-feira, é só mais um capítulo do espetáculo de horrores protagonizado pela Câmara de Blumenau.

Mas o que já estava ruim, ficou um pouco pior depois que a Mesa Diretora soltou uma nota oficial dizendo que “o projeto é uma adequação ao art. 29, VI, e, da Constituição Federal, que diz que em cidades com mais de 300 mil habitantes, o subsídio dos vereadores deverá corresponder a 60% do valor do subsídio dos Deputados Estaduais de Santa Catarina”.

Mas membros da OAB de Blumenau confirmaram o que todos já sabiam. Segundo o texto do jornalista Pedro Machado, da NSC, os advogados Flávio Busatto Paganini e Bruno Luiz Andreani Petters confirmaram que a Câmara de Blumenau não era obrigada a aumentar os vencimentos dos próximos vereadores.

Segundo eles, a Constituição fala que eles não podem ultrapassar os 60% dos vencimentos dos deputados estaduais, mas se quisessem manter o salário atual, não haveria nenhum problema. Ou seja, mais uma vez os vereadores que comandam a Câmara de Blumenau tentaram justificar o injustificável, principalmente depois que a cidade passou por 5 enchentes nos meses de outubro e novembro.

Mas o pior é que nenhum dos 8 vereadores que votaram favoráveis a essa matéria se pronunciaram ou explicaram o porquê de votar esse aumento. Pior que isso somente o vereador Bruno Cunha (Cidadania) e Cristiane Loureiro (Podemos), que se abstiveram da votação e até agora nada de dizer qual o motivo dessa atitude.

Sabendo que apenas três vereadores iriam votar contra, preferiram aprovar, mas não colocar a digital no que a base do governo já tinha dado como certo numa reunião que ocorreu antes da sessão.

A atual Mesa Diretora tem mais 365 dias para tentar mudar tudo de errado que fizeram em 2023, mas pelo que se vê, nenhuma ação positiva sairá de um grupo que fará de tudo para continuar no posto que os faz ter alguma importância.

Mas se em outubro de 2024 perderem o posto, o que restará e quem lembrará deles sem o cargo? Todos nós lembraremos sim, pois a gasto aprovado no dia 14 deste mês, o morador de Blumenau vai ter que pagar a partir de janeiro de 2025.

Comentário

Clique aqui para adicionar um comentário

  • Foi uma união de esforços, pelo “bem comum”. Vereadores de direita, como o vereador Ito, do PL, que branda a bandeira da moralidade, unido ao colega Adriano, do PT, que legisla em nome do povo, que ideologicamente apontam o dedo um para o outro, mas que estiveram juntos e misturados nessa empreitada. Junte-se aos que abstiveram, que ajudaram a aprovar essa imoralidade sem registrar a sua “não-concordância”. E o blumenauense, envolvido na sua vida louca, vai deixar passar essa e ainda vai trabalhar para bancar esse luxo para os ilustres legisladores. Parabéns pra nós!

Acompanhe

Entre em nosso grupo do Whatsapp e nos siga em nossas redes

Patrocinadores