A queda de braço entre o ex-governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos) e o atual governador Jorginho Mello (PL) começou durante a eleição de 2022, mas parece não ter data para terminar.
Lá atrás tudo teve início como apenas uma disputa político-eleitoral, mas depois que Carlos Moisés disse “diferentemente de você, que me procurou para eu não mexer em um contrato público que eu revisei, e economizei. Era R$ 100 milhões por ano, baixou para R$ 50 milhões”, virou algo pessoal de Jorginho contra Moisés.
A frase foi dita no debate da NSC TV do dia 27 de setembro de 2022 durante as eleições estaduais do ano passado. Moisés completou a suposta denúncia dizendo “Eu o recebi, achando que era outra pauta, e ele questionou uma mudança de contrato que faríamos em relação ao sistema prisional, se não me falha a memória, era o contrato de Lages. E disse para ele que iria fazer o melhor para o povo catarinense. A resposta não agradou, a gente trocou e a economia veio”.
Obviamente que o atual governador de Santa Catarina não gostou e na mesma semana protocolou uma notícia-crime e ação de danos morais contra Moisés por conta do que ele disse no debate.
Quase um ano depois do ocorrido, a Justiça Eleitoral acatou a denúncia do Ministério Público Eleitoral e Moisés virou réu por suposta calúnia contra Jorginho Mello.
Os Promotores Públicos Eleitorais Andrey Cunha Amorim, Helen Crystine Corrêa Sanches e Wilson Paulo Mendonça Neto também denunciaram o ex-governador por “caluniar alguém visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime”.
Os advogados de Carlos Moisés tentaram reverter essa acusação alegando que ele tinha foro privilegiado por ser governador do Estado naquela época, mas a Justiça eleitoral deu o parecer de que, no debate, ele participava apenas como candidato, não estando ali no exercício da sua função.
Depois que Carlos Moisés for notificado oficialmente, a sua defesa ainda poderá recorrer, coisa que o ex-governador já disse que irá fazê-la no tempo do processo.
QUEDA DE BRAÇO ATÉ 2026
O fato é que esse processo ainda pode demorar mais um pouco para ter uma decisão final, mas a próxima batalha entre os dois políticos já tem data marcada.
Muito provavelmente Carlos Moisés deva disputar a eleição na cidade de Tubarão e lá Jorginho Mello já tem como pré-candidato o chefe da Casa Civil, Estêner Soratto Junior.
Moisés tem uma parceria antiga com o ex-prefeito Joares Ponticelli (PP), que mesmo sendo obrigado a renunciar do cargo de prefeito neste ano, ainda tem muita influência na região sul de Santa Catarina.
Já Jorginho tem a máquina do Governo do Estado nas mãos e quer fazer uma ampla aliança para facilitar a vida do seu candidato.
O destino de ambos parece ter se cruzado em 2022 e só deve ter um desfecho definitivo mesmo em 2026, quando Jorginho vai buscar a reeleição e Moisés pode querer buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa e aí eles podem ter que conviver no mesmo espaço por longos 4 anos.
Adicionar comentário