Em tempos de cheias políticos se movimentam para resolver o impasse de José Boiteux

Há dois anos o vereador de Blumenau, Carlos Wagner (UB), tem percorrido gabinetes de inúmeros políticos catarinenses em Florianópolis e em Brasília para que fosse resolvido o impasse com os índios na barragem de José Boiteux.

O vereador, inclusive, descobriu que os motores que fazem a comporta se movimentar está numa oficina da região a espera da ordem para o conserto. Desde 2014 a barragem está sem o maquinário para operação, quando aquela estrutura foi depredada.

Em 2019 a Defesa Civil fez um teste com um caminhão hidráulico para fechar e abrir as comportas, mas depois disso nada mais foi feito.

Segundo o secretário de Estado da Defesa Civil, Coronel Armando, neste momento não seria prudente fazer esse tipo de operação nessa barragem porque não se sabe quais as condições da tubulação e essa manobra improvisada, segundo Armando, poderia mais prejudicar do que ajudar.

Mas o secretário da Defesa Civil de Blumenau, Olímpio Menestrina, diz que a Barragem de José Boiteux, se fosse usada, poderia diminuir em até 2 metros o nível do Rio Itajaí-Acú.

A Barragem de José Boiteux entrou em operação em 1992 e é hoje a maior barragem de contenção de cheias do Estado, com o volume de 357 milhões de metros cúbicos. Ela fica localizada no Rio Hercílio, que desemboca no Rio Itajaí-Açú, e tem a finalidade de proteger toda a região do Alto e Médio Vale do Itajaí.

Segundo o vereador de Blumenau, se fosse somente para fazer a manutenção do maquinário da barragem, o Governo do Federal ou Estadual gastariam pouco mais de R$ 300 mil, mas o grande problema está na comunidade indígena, dona daquela área.

O IMPASSE

O grande problema está na área que pertence aos Xokleng, pois para a construção da barragem, segundo os índios, eles perderam as casas, escolas e uma grande área produtiva para o seu sustento.

Em 2003 a Justiça determinou que o Estado cumprisse com o acordo feito em 1992 e construísse as melhorias exigidas pelos índios quando a barragem foi construída. Desde aquela época, seis governadores passaram pelo governo de Santa Catarina e nada foi feito.

Depois da espera, os Xokleng disseram que cansaram das promessas de ação do Governo Federal, que é quem tinha a obrigação de executar as melhorias na comunidade indígena, e acabaram depredaram as instalações da barragem e ela não pode mais ser operada.

No ano passado o cacique Lázaro Cundagn Ka Mrêm deu uma declaração dizendo que “se os pedidos forem atendidos, a comunidade não irá impedir o acionamento das comportas”. Ele disse saber que a região depende daquela estrutura, mas cobrou uma atenção maior para os índios que também estão com um grande problema.

No fim de 2022, ainda na administração de Carlos Moisés (Republicanos), foi lançado um edital no valor de R$ 10,7 milhões para que fosse feita as obras de recuperação da barregam, dinheiro esse da Defesa Civil do Estado e de um convênio do Governo Federal, mas tudo não saiu do papel desde aquela época.  

Agora, o governador Jorginho Mello (PL) disse que até o início de 2024 as obras exigidas pelos índios serão iniciadas. Segundo Jorginho, ele já participou de dez reuniões sobre esse assunto, mas nenhum governador antes dele fez alguma coisa.

Agora, de acordo com o governador, quem realmente está interessado em resolver esse impasse de verdade é ele próprio e disse que vai resolver o problema de uma vez por todas.   

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