Justiça diz que presos da Operação Mensageiro tem grande poder financeiro

No último despacho feito pelo Superior Tribunal de Justiça, os envolvidos da Operação Mensageiro deflagrada pelo Gaeco e Geac já chegou a cerca de R$ 430 milhões de prejuízo aos cofres públicos.

Segundo os dados levantados pela operação, a propina paga para prefeitos e agentes públicos ultrapassaria os R$ 100 milhões, que recebiam as “mesadas” em troca de benefícios em licitações em favor da empresa Serrana Engenharia, de Joinville.

Os dados analisados mostram que a empresa teria ficado com um lucro de R$ 430 milhões nos contratos firmados com as prefeituras e dali tirava o dinheiro para a propina.

No despacho, o MP diz que as empresas do Grupo Serrana detêm, segundo o Gaeco, grande fatia do mercado de prestação de serviços relacionadas a coleta de resíduos sólidos, iluminação pública e administração de aterros sanitários, dentro de sua faixa de atuação no Estado.

A investigação mostra que representantes e prepostos da empresa procuraram os agentes públicos para que eles facilitassem a contratação da Serrana, inclusive fornecendo modelos de editais que que impossibilitariam a concorrência de outras empresas.

PREFEITOS PRESOS

A desembargadora responsável pela operação Mensageiro justifica, no seu despacho, o porquê de ter negado o habeas corpus para os prefeitos investigados. “Ademais, o poderio financeiro e político dos investigados é tão grande que, certamente, sua soltura poderia impedir a colheita de eventual instrução criminal, colocando em risco e trazendo medo à eventuais testemunhas e servidores que, em tese, podem ter conhecimento dos fatos apurados”.

Especula-se que os representantes da empresa faziam mensalmente um roteiro, com carros alugados e até de Uber, por várias cidades levando o dinheiro nas residências de prefeitos, vices e secretários municipais.

Já foram presos, até o momento, os prefeitos Joares Ponticelli (PP), de Tubarão; Antônio Ceron (PSD), de Lages; Marlon Neuber (PL), de Itapoá; Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva; Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava; Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo; Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul; e o vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski (União Brasil).

VEJA PARTE DO DESPACHO DA DESEMBARGADORA:

Do total de R$ 34,3 milhões em contratos assinados, ainda segundo o MP, R$ 4,5 milhões (13,09%) seriam para corrupção de agentes públicos, o que assegurava, depois de realizado o trabalho de coleta e depósito do lixo, um lucro à empresa corruptora de R$ 19,5 milhões (56,95%).

Neste contexto, há a especulação de que as “mesadas” aos prefeitos seriam de R$ 50 mil por mês, como no caso de Antonio Ceron (PSD), de Lages, ou Joares Ponticelli (PP), de Tubarão, que administram algumas das maiores cidades catarinenses.

É sobre estes dados apurados pelo Gaeco, que combate organizações criminosas, e o Geac, responsável por enfrentar a corrupção, que a investigação da Operação Mensageiro está centrada.

Aliás, há inquéritos abertos no Judiciário para investigar os responsáveis pelo vazamento das informações.

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