Operação Mensageiro organiza mais uma investida em cima de agentes públicos catarinenses

Não tá fácil ser prefeito em Santa Catarina, pelo menos para aqueles que tem negócios com a empresa Serra Engenharia, que tem contratos com diversas prefeituras para cuidar, pasmem, do lixo dessas cidades.

Tudo começou quando a polícia descobriu que o empresário Altevir Seidel, que é um ex-funcionário dessa empresa que presta serviços para as prefeituras, era quem levava os supostos pacotes de propina para os agentes públicos.

A Operação Mensageiro recebeu esse nome porque, em uma delação premiada, um dos prefeitos investigados afirmou que um “mensageiro” fazia a entrega de propina em dias e horários previamente estabelecidos.

E na manhã desta terça-feira, 14, foi a vez do prefeito Joares Ponticelli (PP) e do seu vice, Caio Tokarski (União Brasil), receberem a visita do Gaeco e Geac. A Polícia cumpriu ordens de busca e apreensão em endereços residenciais de ambos e na prefeitura de Tubarão, no sul de Santa Catarina.

Eles foram detidos previamente para investigação nessa mesma operação que já prendeu outros seis administradores públicos. Além de Ponticelli, o Gaeco e Geac já visitaram os prefeitos Antônio Ceron (PSD), de Lages; Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo; Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava; Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva; Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Su, e Marlon Neuber (PL), de Itapoá.

A Operação Mensageiro foi deflagrada no dia 6 de dezembro de 2022 e investiga os contratos da Serra Engenharia com 20 cidades do Estado. Além de Tubarão e Lages, ela também tem parceria com Ibirama, Presidente Getúlio, Guaramirim, Canoinhas, Agrolândia, Corupá, Schroeder, Imaruí, Capivari de Baixo, Imbituba, Balneário Barra do Sul, Pescaria Brava, Braço do Norte, Três Barras, Itapoá, Papanduva, Major Vieira e Bela Vista do Toldo.

O Ministério Público apura suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro relacionadas à coleta e destinação de lixo.

As investigações estão sendo feitas pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPSC, que atua, em conjunto com o GAECO e o GEAC, nas apurações de crimes funcionais de prefeitos.

Ao todo, até agora já foram cumpridos 121 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão, onde todos seguem presos preventivamente. A apuração ainda corre em segredo de justiça, por determinação legal, mas, assim que houver a publicidade dos autos, novas informações poderão ser divulgadas. 

GAECO E GEAC

O GAECO é uma força-tarefa coordenada pelo MPSC e composta por integrantes da Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal a Secretaria Estadual da Fazenda, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Estado de Administração Prisional e Socioeducativa.

O GEAC é um grupo de membros do Ministério Público de Santa Catarina que atua em investigações e ação judiciais de combate à corrupção, cujos fatos revelem maior gravidade ou complexidade.

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