Linguagem neutra vira motivo para manifestações de políticos e pastor em Santa Catarina

Mesmo com o fim das eleições de 2022, a polarização entre membros da esquerda e de grupos bolsonaristas deve durar ainda por muito tempo.

Os dois lados usam qualquer assunto para atacar o oponente e um dos principais motivos de 2023 que membros da direita já usaram as redes sociais para se manifestar, foi o uso da linguagem neutra em discursos e materiais do Governo Lula, como na cartilha do Ministério da Saúde, que usaram a palavra “todes”.

Os prefeitos Clésio Salvaro (PSDB), de Criciúma, e André Moser, de Indaial, foram categóricos em afirmar em vídeos postados nas suas redes sociais que nas suas cidades esse tipo de vocabulário jamais será usado nas escolas dos seus municípios.

Clésio disse que “na minha cidade essa frescura não pega tá… esse negócio que eu acompanhei do Governo Federal de todos, de todas e de todes, na minha cidade esse negócio não vai funcionar pelo amor de Deus. A outra coisa, se vocês me virem eu falando todes e deputades, manda me internar que eu não to certo da cabeça”.

O prefeito André Moser, quando soube que o Governo Federal incluiu o 4º eixo nas diretrizes da Conferência da Saúde, que trata das linguagens neutras, determinou que seu secretário de Saúde exclua imediatamente esse eixo na cidade de Indaial, usando apenas a linguagem padrão da língua portuguesa.

Ele chegou a fazer uma postagem que dizia que “eu farei minha parte como representante político combatendo essas ideologias que querem implementar como normais às nossas crianças”.

Em Blumenau, o pastor Dirlei Paiz, um bolsonarista convicto que, também postou um vídeo criticando o uso da linguagem neutra e inclusive criticou a deputada federal do PT, Ana Paula Lima, que usou o “todes” no seu discurso e material de divulgação.

“É uma vergonha, inclusive a deputada Ana Paula, de Blumenau, em Brasília disse que vai trabalhar para todos, todas e todes. Por ser aqui de Blumenau, uma cidade conservadora, uma cidade de direita, uma cidade onde preza a família tradicional, onde preza a liberdade. Agora o que mais preocupou é que a cartilha da saúde que veio de Brasília; dentro dessa cartilha tem lá bom dia pra todos, todas e todes. Aí não dá, aí nós já temos que parar, aí nós já temos que combater porque, se deixar, chega lá no colégio”.

Dirlei disse também que o pessoal da esquerda está acabando com a língua portuguesa só para satisfazer os seus egos. O pastor foi quem organizou em Blumenau as manifestações de bolsonaristas na frente ao 23º Batalhão de Infantaria do Exército e é o representante mais forte do grupo no Vale do Itajaí.

A ESQUERDA TAMBÉM SE MANIFESTOU

Obviamente que a ala esquerdista também não deixou por menos e, assim que o governador Jorginho Mello anunciou Rafael Nogueira Alves Tavares da Silva para o comando da Fundação Catarinense de Cultura, viu-se uma enxurrada de críticas por ele já ter se declarado bolsonarista.

Catarinenses, que fazem parte do setor cultural ligados a partidos de esquerda, criaram uma petição pedindo a não nomeação dele no cargo e até o último sábado, 4, cerca de 5 mil pessoas já tinham assinado o documento virtual.

Nogueira é natural de Santos (SP) e ocupou a chefia da Biblioteca Nacional entre 2019 e 2022, atuou como secretário da Economia Criativa e Diversidade Cultural da Secretaria Especial da Cultura e em 2023 tinha sido nomeado para atuar no gabinete da deputada federal Caroline de Toni (PL).

Veja o vídeo do pastor Dirlei Paiz:

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