No mês de julho deste ano o vereador Aílton Ito de Souza (PL) denunciou no Conselho de Ética da Câmara de Blumenau o também vereador Carlos Wagner Alemão (UB) por quebra de decoro parlamentar e por falsidade ideológica.
No caso da falsidade ideológica, Ito entregou documentos que mostram que o chefe de gabinete de Alemão exercia outra função no mesmo horário que teria que estar na Câmara. Estas horas foram abonadas pelo vereador com a justificativa de o funcionário esquecer de bater o ponto ou de fazer trabalhos externos para o gabinete.
Por sua vez, alemão também denunciou Ito por quebra de decoro parlamentar. Essas denuncias surgem por conta de uma briga pessoal de ambos por questões políticas, mas o legislativo foi o único caminho encontrado para legalizar o enfrentamento.
No mês de setembro, a vereadora Cristiane Loureiro (Podemos), relatora do processo, acatou as denúncias e emitiu um relatório, que acabou sendo aprovado na comissão. Depois de apresentada as provas e as defesas dos envolvidos, a vereadora entregou na quinta-feira, 27, novo relatório sugerindo que Carlos Wagner Alemão receba apenas uma Censura, pois não há no Regimento Interno outra punição para este tipo de caso.
Ito queria mesmo a cassação de alemão, mas sabia que isso não ia acontecer. Então esperava, pelo menos, uma suspensão de 30 dias, o que acabou não acontecendo. Diante do relatório que ainda precisa ser votado na Comissão de Ética, Aílton de Souza disparou contra a relatora, dizendo que ela é despreparada.
Obviamente que ele também não mostrou preparo algum e nem respeito por uma vereadora que apenas fez o que lhe cabia. Se fez certo ou não, tem outros meios de questionar, mas a cidade não admite mais um político querer atingir o outro político usando a Câmara e, depois não sai o resultado que esperava, tenta atingir a casa toda.
Mesmo sendo um dos poucos vereadores de oposição, sendo inclusive pressionado pela Prefeitura através de meios não muito republicanos, Carlos Wagner mostrou que ainda tem aliados no legislativo e que nenhum outro vereador quer se intrometer nessa briga.
Sobre Cristiane Loureiro, é injusta as acusações de Ito, pois conheço a vereadora desde a década de 90 e imagino que não tomaria tal atitude e decisão se não tivesse embasamento legal para tal.
A própria gestão do presidente Egídio Beckhauser (Republicanos) não combina com esse tipo de atitude do vereador Ito. Esperamos que os nobres colegas se voltem para o que realmente deve ser investigado e não percam tempo com rixas que não levam nada a lugar nenhum.
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