O problema crônico de Blumenau pode mais uma vez deixar o usuário na mão

Em janeiro de 2016 o ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) anunciou o rompimento com o Consórcio Siga, que era a permissionária do transporte público de Blumenau, e anunciou a empresa Piracicabana como a nova prestadora do serviço na cidade.

Tudo porque a Empresa Nossa Senhora da Gloria não conseguia mais prestar o serviço no antigo Consórcio por conta das constantes greves de motoristas e cobradores.

Passados pouco mais de oito anos e meio, de um contrato que vai até 2036, os problemas de greve continuam em Blumenau e na tarde de terça-feira, 23, mais uma vez, a assembleia do Sindetranscol, que é o sindicato dos cobradores e motoristas, aprovou um novo estado de greve.

O sindicato diz que quer “respeito e negociação decentes”. A Prefeitura de Blumenau se manifestou dizendo, novamente, que não interfere na negociação salarial entre o sindicato da categoria e a Blumob.

Sobre o estado de greve, o Sindetranscol informou também que vai comunicar a decisão da assembleia à Blumob, ao Sindicato Patronal e à Prefeitura de Blumenau, e, após o prazo de 72 horas, os trabalhadores poderão paralisar as atividades a qualquer momento.

Por conta da diminuição de usuários do transporte coletivo, desde setembro de 2020 até dezembro de 2023 o município foi obrigado a pagar para a empresa permissionária, por força de contrato, o valor de R$ 90,9 milhões.

No início dos serviços, a passagem custava R$ 3,90 e hoje ela está em R$ 5,30 para quem usa o cartão e R$ 6,50 para quem paga em dinheiro. O problema é que o serviço piorou e a empresa ficará em Blumenau por, pelo menos, mais 12 anos.

Diante da piora na prestação do serviço, o número de usuário caiu e ocorreu um aumento de veículos nas ruas, gerando grandes engarrafamentos em horários de pico.

Todo o sistema deveria ter melhorado, mas o que temos é mais uma possibilidade de paralisação que deixará, caso ocorra, o usuário do transporte coletivo na mão.

Então, a intervenção que aconteceu em 2016 não serviu de muita coisa, pois o principal foco não foi extinto e a própria Prefeitura de Blumenau teve que assumir serviços que antes eram feitos pelo Siga, como a manutenção e segurança dos Terminais.

Aí se constata que esse contrato, que teve a participação do prefeito Mário Hildebrandt (PL), só foi benéfico para a Piracicabana/Blumob, pois independente de ter ou não passageiro, ela nunca terá prejuízo e não se vê nenhuma intenção em querer melhorar o que se tem hoje.

Mas já que estamos em ano de eleição, será que os vereadores de Blumenau vão fazer uma CPI ou vão prometer algo diferente para que tudo isso melhore? Vamos esperar para ver!

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