Evento com Bolsonaro e Milei em BC não terá os bolsonaristas do início do movimento

Neste fim de semana acontece em Balneário Camboriú a versão brasileira do CPAC (Conservative Political Action Conference), que é um congresso direitista que acontece nos Estados Unidos desde a década de 1970. Lá, já foram feitas 50 edições que reuniu políticos de direita e extrema direita de todo o mundo.

As duas maiores atrações deste ano serão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual presidente da Argentina, Javier Milei (Partido Libertário). Além deles, o governador Jorginho Mello e muitos políticos do PL já garantiram seus ingressos para o evento.

Mas a onda bolsonarista começou mesmo lá em 2015, quando o então deputado federal Jair Bolsonaro esteve em Blumenau para uma palestra para um reduzido grupo que começava a trabalhar o nome dele para as eleições de 2018.

Neste grupo, estavam o ex-deputado estadual Ricardo Alba, que hoje é pré-candidato a prefeito do Podemos, e o pastor direitista Dirlei Paiz, que é pré-candidato a vereador pelo PL blumenauense.

Em 2016 Alba se elegeu vereador com 3277 votos defendendo a bandeira do ex-presidente e os preceitos direitistas. Em 2018 ele foi o candidato a deputado estadual mais bem votado de Santa Catarina, mas em 2022 se filiou no União Brasil defendendo as mesmas bandeiras, mas por não estar no mesmo partido de Bolsonaro, não se elegeu deputado federal.

Já Dirlei Paiz também sempre foi um dos maiores defensores dos preceitos direitistas e de Jair Bolsonaro em Blumenau. Em 2022 participou de todos os movimentos que ocorreram depois da eleição presidenciais e acabou sendo investigado pela Polícia Federal depois dos acontecimentos de 8 de janeiro em Brasília.

Pela defesa ferrenha do ex-presidente, acabou sendo preso no mês de agosto de 2023 e depois de uma batalha jurídica travada pelo advogado Jairo Vieira dos Santos, ele foi solto em novembro do mesmo ano.

Mas mesmo estando nesse movimento desde o início, ambos não participam de encontros estaduais com Jair Bolsonaro, pois entendem que hoje o PL se apoderou do bolsonarismo com a filiação de políticos oportunistas que surfam na onda apenas para buscarem um cargo na eleição de 2024.

Dirlei e Alba dizem que em Blumenau há inúmeros surfistas que se travestem de direita para enganar o eleitor, mas durante o governo de Bolsonaro eram contrárias as ações dele, principalmente durante a pandemia da Covid-19.

Como já se viu em outros eventos onde Jair Bolsonaro esteve, a maioria dos Liberais trazidos para o partido pelo governador Jorginho Mello se sacrificam para poderem tirar uma foto e fazer um vídeo com Bolsonaro para usarem em suas campanhas.

Dirlei lamenta não poder estar presente no CPAC, mas diz que a sua luta em favor do ex-presidente restringiu a sua liberdade e ainda paga um preço alto por defender um movimento que ainda acredita ser o melhor para o Brasil.

“O eleitor deve estar atento a tudo e a todos que já se apresentam como defensores de bandeiras que até outro dia odiavam, pois não deixaram de odiar, apenas colaram num número e se misturaram entre os leais para, mais uma vez, enganar o eleitor desavisado”, finalizou Dirlei Paiz.

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