Pastor Dirlei Paiz está na mesma condição do preso que morreu na Papuda

No último dia 20 de novembro Cleriston Pereira da Cunha, preso no complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, pelos atos de 8 de janeiro, teve um mal súbito durante um banho de sol e acabou morrendo.

Ele era réu no STF acusado de invadir o Senado, mas ainda não tinha sido julgado. Cleriston respondia pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

O problema é que em agosto deste ano a sua defesa pediu ao STF a liberdade provisória dele por possuir uma saúde debilitada em razão da Covid-19.

Em 1º de setembro a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favorável ao pedido de liberdade provisória do preso, com a adoção de medidas como uso de tornozeleira eletrônica, mas o ministro Alexandre de Moraes (STF) não tinha assinado o alvará de soltura dele até a data da sua morte.

Depois desse caso, o advogado Jairo Santos, que está cuidando do caso do Pastor Dirlei Paiz, informou que também está há mais de um mês tentando que o ministro Alexandre de Moraes assine o alvará de soltura do seu cliente, mas até o momento ele não se manifestou.

Dirlei também tem um parecer da PGR em favor das alegações feitas pelo advogado de defesa. A Procuradoria-Geral entende que o Pastor não teve participação no caso e não pode responder pelas acusações que lhe eram imputadas.

O advogado Jairo Santos disse que, desde a prisão de Dirlei Pais, em agosto de 2023, já foi cinco vezes até Brasília para resolver problemas desse processo, que é sigiloso e só pode ser analisado fisicamente no STF.

“Todos os acusados e condenados pelos crimes dos quais levaram Dirlei à prisão, foram condenados a mais de 15 anos de cadeia”, afirmou o advogado.

Depois da morte de Cleriston Pereira da Cunha, o ministro Alexandre de Moraes (STF) assinou, na quarta-feira, 22, a revogação da prisão de sete réus detidos pelos atos de 8 de janeiro.

Nestes casos a Procuradoria-Geral da República (PGR) também já havia se manifestado pela soltura entre os meses de agosto e outubro, mas o ministro ainda não havia analisado os documentos.

Os beneficiados pela decisão foram Jaime Junkes, Jairo Costa, Tiago Ferreira e Wellington Firmino e mais três casos que correm sob segredo de Justiça.

Após a morte de Cunha, Moraes foi alvo de críticas de parlamentares da oposição, que enviaram ao ministro um ofício cobrando a liberação dos presos com parecer favorável. O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que é “lamentável e revoltante que uma morte precisou ocorrer para que os demais fossem soltos”.

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