Moradores de rua começam a incomodar os políticos catarinenses

Em março de 2022 a Prefeitura de Chapecó lançou a “Operação Internamento Involuntário” para começar a resolver o aumento de moradores de rua na capital do Oeste.

O prefeito João Rodrigues (PSD) disse na época que iria tirar das ruas os dependentes químicos e encaminhá-los para tratamento, seja voluntário ou involuntariamente. Segundo o prefeito, muitas famílias da cidade estavam sofrendo por conta do parente, que estava vivendo na rua, sofria com a dependência química.

O prefeito João Rodrigues recebeu críticas de integrantes do Psol e também teve uma interpelação judicial dos alunos de Medicina e Enfermagem de uma universidade Federal. Na resposta, Rodrigues disse “tragam o Lula para Chapecó que eu interno ele também. Vai ser internado involuntariamente. Pisou, nós vamos recolher. Aqui vai pé de cana, drogado, nós vamos internar. É parelho. Então, tragam”.

No começo deste mês o prefeito Clésio Salvaro (PSD), de Criciúma, também intensificou a retirada dos moradores de rua da cidade por, segundo a Prefeitura Municipal, ter aumentado muito o número de pessoas nos sinaleiros. O trabalho vem sendo feito pela Secretaria de Assistência Social, Polícia Militar e Defesa Civil municipal.

Na sessão da Assembleia Legislativa do dia 16 deste mês, o deputado estadual Maurício Eskudlerk (PL) deu entrada com um Projeto de Lei para a criação de um banco de dados de âmbito estadual reunindo informações, como registro de identificação, formação educacional e profissional do morador de rua de todas as cidades do Estado.

Na visão de Eskudlark, a criação de um registro deste tipo aumentaria a segurança nas cidades catarinenses que contam com grande número de moradores de rua, auxiliando também na reinserção social dessas pessoas.

Já o deputado estadual Vicente Caropreso disse que “se nada for feito, vai continuar esta zona de penumbra, com a busca contínua por pessoas desaparecidas. Nós temos realmente que nos debruçar sobre essa questão, que também diz respeito à segurança”.

Na segunda-feira, 20, o presidente da Câmara de Blumenau, vereador Almir Vieira (PP) conversou com o prefeito João Rodrigues para sugerir ao prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) que implante o mesmo sistema na sua cidade.

Ele inclusive recebeu um vídeo do prefeito de Chapecó, que convidou para que todos visitem Chapecó e conheçam o programa que já, segundo Rodrigues, tirou das ruas mais de 300 pessoas, sendo que 60 delas já foram recuperadas e voltaram ao trabalho e 100 continuam em tratamento.

A Câmara de Vereadores de Blumenau vai fazer uma audiência pública na próxima quarta-feira, 23, a partir das 19 horas, para discutir com a população e com as entidades que são responsáveis pela retirada e tratamento dos moradores de rua.

Através de um sistema com reconhecimento facial e geolocalização, desde o dia 18 de outubro a Prefeitura de Florianópolis já cadastrou 477 moradores de rua que vivem na Capital.

Destes, 166 têm entre 36 e 45 anos, e outros 146 tem mais de 45 anos, sendo as faixas etárias mais incidentes até o momento da pesquisa. Segundo os dados, 195 pessoas têm o ensino fundamental incompleto.

Do total de 477, 180 pessoas são de Santa Catarina, 101 vieram do Rio Grande do Sul e 196 são de outras localidades do país. Das pessoas vindas de fora de SC, 202 estão na Capital há mais de cinco anos e 101 há menos de um mês.

Além do reconhecimento facial e geolocalização reproduzidos por um aplicativo mobile de coleta de dados, o sistema conta com outras informações de identificação dessas pessoas.

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