O ex-deputado e ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol se filiou ao partido Novo no sábado, 30, no 7º Encontro Nacional da sigla, em São Paulo. O entendimento da direção do partido para permitir a filiação de Deltan foi de que ele teve o registro de candidatura cassado, e não os direitos políticos.
Depois de quase dois anos no Podemos, Dallagnol deixa o partido para seguir novos caminhos no Partido Novo, pois ele já vislumbra uma candidatura municipal em Curitiba.
As principais lideranças de Santa Catarina, como o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, o deputado federal Gilson Marques, os prefeitos Adriano Silva (Joinville) e Arão Josino (Ascurra), o deputado estadual Matheus Cadorin, o ex-promotor Odair Tramontin e o ex-deputado estadual Bruno Souza foram até São Paulo prestigiar o evento.
Segundo o deputado Matheus Cadorin, ele já está acertando agendas para percorrer diversos municípios de Santa Catarina com o novo filiado “para propagar as ideias e princípios do Novo, e mostrar que vamos com força para as eleições municipais de 2024”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o cargo de Deltan depois de considerar que ele antecipou a demissão do cargo de procurador no Paraná para evitar uma punição administrativa do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), que poderia torná-lo inelegível. Nas eleições de 2022, Dallagnol foi o deputado federal mais votado no Paraná, com 344.917 votos.
Além de filiar Deltan Dallagnol, o partido também aderiu a cor azul para ter uma nova identidade visual. Desde a sua fundação, em 2011, o Novo era caracterizado pela cor laranja que já a partir das eleições de 2024 passará a ser uma mescla, predominando o azul.
NOTA CONTRÁRIA
Quem se manifestou contra as novas diretrizes do Partido Novo foi o ex-fundador da legenda, João Amoêdo, que foi candidato a presidente da República em 2018 pela sigla.
Numa postagem na rede social X.com (antigo Twitter), ele diz “O que se tornou o NOVO, que foi fundado para melhorar a vida do cidadão por meio da gestão pública eficiente e redução do peso do Estado:
– Em MG, único estado que governa, aumenta impostos
– Enquanto isso, concede privilégios a grupos empresariais
– Na Câmara, vota contra a Reforma Tributária
– Nos diretórios, utiliza dinheiro público para remunerar dirigentes “liberais”
– Se dispõe a filiar quem não é ficha limpa
– Sua prestação das contas partidárias é uma das menos transparentes
– Ataca outras instituições da República
– Atua pensando somente nas próximas eleições
E vê sua estratégia oportunista de obter os votos de eleitores do ex-presidente sendo rechaçada diariamente pelas lideranças bolsonaristas.
Do NOVO original, restou apenas o nome”.
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