O reservatório da Casan do bairro Monte Cristo, em Florianópolis, que rompeu na madrugada da última quarta-feira, 6, foi inaugurado em março de 2022 sem os devidos testes de estanqueidade.
Relatos de moradores da região dizem que isso aconteceu por conta da eleição estadual do ano passado e que a empresa queria inaugurar a reservatória o mais rápido possível.
De acordo com as investigações do jornalista Emanuel Soares, da rádio Jovem Pan News Floripa, esses testes foram feitos após a inauguração e os moradores, após o enchimento do reservatório, começaram a observar vazamentos na estrutura.
Depois de denúncias, a Defesa Civil da Capital esteve no local e constatou os problemas e enviou um ofício para a Casan pedindo explicações sobre o que estava acontecendo com esse reservatório.
A Casan, então, enviou e-mail para a empresa Gomes e Gomes, responsável pela construção da estrutura, onde um engenheiro da Companhia Catarinense de Água e Saneamento escreveu que a situação desse reservatório era extremamente preocupante e pediu ajustes imediatos na estrutura.
Um mês depois do envio do ofício da Defesa Civil para a Casan, a empresa respondeu dizendo que as infiltrações e vazamentos eram normais e que o reservatório não possuía falhas estruturais. A resposta dizia também que os reparos iriam ocorrer até outubro de 2022.
O problema, segundo o relato do jornalista Emanuel Soares, é que esses reparos aconteceram apenas no segundo semestre de 2023, pouco antes do rompimento.
Já o Tribunal de Contas do Estado está investigando uma alteração no projeto inicial comparado com o que foi realizado. Se isso se confirmar, há uma falha de execução da obra, mas principalmente uma falha de fiscalização da Casan numa obra que ela mesma contratou.
O rompimento desse reservatório, com cerca de 2 milhões de litros de água, prejudicou, segundo estimativas da Defesa Civil, cerca de 92 residências e 386 moradores daquela localidade. Na tragédia, 40 veículos acabaram danificados e 8 imóveis foram interditados e após a conclusão das investigações, pelo menos 150 famílias deverão ser indenizadas pela Casan.
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