R$ 2 milhões investidos no Rosenplatz e nada mudou desde a inauguração

No dia 27 de novembro de 2022 a Prefeitura de Blumenau inaugurou o tão propagado Espaço Cultural Rosenplatz, localizado nos fundos do prédio da Secretaria Municipal de Cultura, na antiga Prefeitura Municipal.

Projetado pela Seplan, o espaço tem, segundo a administração municipal, dois palcos, arquibancada, área para comercialização de produtos artesanais e de economia criativa, cafeteria, além da fruição paisagística do local.

O investimento final ficou na casa dos R$ 2,3 milhões pagos com recursos próprios da Prefeitura e também com o auxílio da Câmara de Vereadores. A intenção era que o espaço se transformasse em mais um local de lazer para o blumenauense, mas parece que a coisa não andou como o planejado.

No dia da inauguração, o prefeito Mário Hildebrandt assinou um edital que era para buscar comerciantes interessados a ocuparem dois espaços da Rosenplatz, destinados à exploração da iniciativa privada. Um deles dedicado ao comércio de alimentos e outro ao de artesanato.

As propostas mínimas previstas foram de R$ 1.500,00 para o espaço de venda de artesanato e R$ 2.500,00 para o quiosque que pode abrigar uma cafeteria, além de taxas administrativas. O prazo da concessão previsto era de é de um ano, prorrogável por até 60 meses para ambas as operações.

O documento prevê algumas particularidades para a comercialização de produtos. No comércio de alimentos, deverão predominar, por exemplo, cervejas e chopp artesanais do Vale da Cerveja. O comércio de artesanato deve priorizar produtos de economia criativa, estimulando a profissionalização dos artesãos locais. A previsão de início da operação por parte dos futuros concessionários é de 60 dias, após o termo de concessão assinado.

Mas quase nove meses depois da inauguração, não há nenhum comércio constituído naquele local e o espaço das arquibancadas serve hoje de estacionamento para os funcionários da Secretaria de Cultura.

Vereador de Blumenau reclamou

O vereador Diego Nasato (Novo) postou um vídeo na sua rede social reclamando do dinheiro que foi investido num local que hoje não é usado pelo munícipe porque a Prefeitura de Blumenau não se ateve para um detalhe: a clientela.

Segundo o vereador, nunca houve e não haverá interessados em alugar aquele espaço porque ele fica nos fundos do prédio e ali não passa ninguém, o que inviabiliza qualquer investimento do empresariado em colocar ali o seu comércio.

“No que era para ser um espaço turístico, hoje virou estacionamento para os servidores da Secretaria de Cultura e de quem trabalha na região central da cidade”, afirma Diego.

Ele finaliza dizendo que “é um desperdício de dinheiro público que deveria ter sido aplicado num atrativo turístico que seria utilizado… 2 milhões de reais nos fundos da Prefeitura antiga pra fazer um estacionamento público”.

Diego Nasato diz defender a concessão pública, mas essa modalidade tem que ser pensada de maneira que se torne viável para quem for explorar o espaço futuramente.

Veja o vídeo postado pelo vereador Diego Nasato (Novo):

Comentários

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  • Parabéns por fazer reportagens “diferentes” do modelo das outras. Essas situações precisam ser expostas para se repensar o futuro. Se o parque ao fundo fosse reestruturado como um parque estilo Ramiro, talvez teríamos mais movimento!

  • Parabéns pelo jornalismo sério que praticas, Sérgio Oliveira.
    Tristes tempos em que um prefeito, que entende bem de vícios e de seus efeitos nocivos, se permite abrir um boteco em cada praça pública, a exemplo do que ocorrerá na Praça das Gaitas Hering, possibilitando que pessoas se embriaguem, tendo por espectadoras as crianças que deveriam utilizar esses espaços para lazer e práticas saudáveis.
    Quanto à farra com o dinheiro público – nosso suado dinheiro – nem merece comentários.
    Blumenau: terra de ninguém.

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