Será que os esqueletos da administração pública começaram a sair do armário?

“Acorda, Maria Bonita, levanta vai fazer o café, que o dia já vem raiando e a polícia já está de pé!”. – Refrão da música Volta Seca – autor: Antônio dos Santos

Alguma coisa tem feito as pessoas mudarem a relação com a política de Blumenau. Quem antes era defensor ferrenho de um grupo, hoje já titubeia em garantir alguma coisa para o futuro.

Quem antes votava cegamente para aprovar qualquer coisa que sequer tinha lido, hoje já pensa duas vezes para garantir a assinatura.

Inclusive há na cidade um forte comentário de que um vereador e outros quatro servidores públicos receberam a visita da Polícia Civil nas suas casas, mas acredito que seja só mais um comentário dos “desocupados da cidade”.   

Enfim, nesta semana alguns esqueletos têm saído do armário e a justiça parece que vai investigar mais a fundo coisas que estavam esquecidas dentro de uma gaveta.

O caso que realmente chama a atenção é aquele denominado pela polícia de “Soldo Inflado”, ou mais popularmente conhecido como “Caso Guto Reinert”.

Pra quem não lembra, em meados de 2020 o Ministério Público e a Polícia Civil começaram a investigar o pagamento excessivo de horas extras e sobreavisos no Samae de Blumenau.

O pivô dessa investigação foi o ex-diretor de Operações da autarquia, Guto Reinert, que inclusive se candidatou a vereador naquele ano pelo Podemos, venceu, mas o T.R.E. entendeu que ele não tinha saído do cargo de diretor no tempo legal e acabou o impedindo de assumir uma cadeira na Câmara Municipal.

Ele era quem assinava as folhas ponto dos funcionários que faziam as horas extras e os sobreavisos, que depois eram encaminhadas ao RH e, em seguida, eram autorizados os pagamentos pela diretoria financeira e pelo presidente do Samae.

A Polícia encontrou na casa dele pouco mais de R$ 200 mil, que mais tarde Guto justificou que tinha vendido um veículo e guardado o dinheiro no cofre.

 Segundo a apuração do Ministério Público, essas horas extras e sobreavisos eram pagas sem que eles tivessem sido feitos e depois esses valores eram divididos, segundo o inquérito, entre os funcionários e Guto Reinert para custear a campanha a vereador.

No processo é investigado também uma suposta compra de votos, pois a Polícia conseguiu um celular onde mostrava um vídeo de uma pessoa votando primeiro em Guto Reinert e depois no prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), mas contra o prefeito a justiça diz não ter encontrado nenhum indício.

Depois de tudo isso, a justiça indiciou Guto por peculato, mas até o momento ele não foi condenado. Por ser funcionário de carreira do Samae, ele acabou sendo afastado da função de origem até que a investigação interna do Samae fosse concluída.

Mas o problema é que essa investigação interna também não terminou ainda. Se a diretoria do Samae diz para a justiça que não houve irregularidade, por que então o relatório interno de conclusão dessa investigação ainda não foi feito?

Porque Guto Reinert ainda não foi chamado de volta ao trabalho, mesmo recebendo mensalmente seu salário? Qual o mistério que ronda esse caso dentro da atual administração municipal?

Enfim, sobre esse e outros casos investigados pela Justiça, somente ela e a Prefeitura de Blumenau podem dar as respostas que o pagador de impostos espera há anos.

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