Mensageiro assina Delação Premiada e mais prefeitos catarinenses podem ser detidos

O maior esquema de pagamento de propina para agentes públicos de Santa Catarina começou a ser investigado pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em dezembro de 2022.

A partir daí descobriu-se que a Serrana Engenharia, de Joinville, pagava propina para agentes públicos para que a empresa ganhasse as licitações, principalmente para os serviços de coleta e armazenamento de lixo, saneamento, engenharia ambiental e sanitária e engenharia elétrica.

Além da Serrana Engenharia, o grupo tem no seu escopo as empresas Seluma Serviços, Surbi, Itapoá Saneamento e EBS e atua nas cidades de Lages, Tubarão, Ibirama, Presidente Getúlio, Guaramirim, Canoinhas, Agrolândia, Corupá, Schroeder, Imaruí, Capivari de Baixo, Imbituba, Balneário Barra do Sul, Pescaria Brava, Braço do Norte, Três Barras, Itapoá, Papanduva, Major Vieira e Bela Vista do Toldo.

O principal alvo dessa investigação foi, inicialmente, foi o engenheiro e empresário Altevir Seidel, que trabalhou na Serrana Engenharia até 2013, mas depois continuou sendo o “mensageiro” das propinas pagas para os envolvidos no esquema.

A empresa chegava a encaminhar modelos de editais para as comissões de licitação para que nenhuma outra empresa conseguisse concorrer, garantindo os contratos com as prefeituras.

Essa informação caiu como uma bomba no meio político do estado, pois mais prefeitos, vices e secretários municipais podem fazer parte das próximas fases da Operação Mensageiro, que já está no terceiro estágio.

O deputado estadual Sargento Lima (PL) protocolou na Assembleia Legislativa um pedido de CPI para acompanhar as investigações e saber se há dinheiro do estado e agentes públicos estaduais envolvidos nesse esquema.

OS NÚMEROS DA OPERAÇÃO MENSAGEIRO

O Ministério Público estima que os agentes públicos receberam mais de R$ 100 milhões em propina pagas mensalmente em dinheiro vivo. Esses valores eram levados em malas e entregues pessoalmente pelos representantes da empresa.

Também se chegou à conclusão de que a Serrana Engenharia teve um lucrou de cerca de R$ 430 milhões com os contratos. Só na primeira fase da Operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 108 mandados de busca e apreensão nas regiões Norte, Sul, Planalto Norte, Vale do Itapocu, Vale do Itajaí, Alto Vale do Itajaí e Serra catarinenses. 

Também foram bloqueados bens de 25 empresas e 11 pessoas físicas. Ao todo, foram 96 alvos das buscas envolvendo órgãos públicos, residências particulares e empresas.

Além de Altevirr, a Operação já deteve para investigação outras 19 pessoas, entre elas os prefeitos Joares Ponticelli (PP), de Tubarão; Antônio Ceron (PSD), de Lages; Marlon Neuber (PL), de Itapoá; Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva; Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava; Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo; Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul; e o vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski (União Brasil).

Para que a Delação Premiada seja aceita pelo Ministério Público de Santa Catarina, Altevir Seidel terá que aceitar as condições impostas pela justiça e apresentar provas de todas as informações que relatar para a polícia e para os desembargadores.

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