Diante dos fatos que ocorreram em Brasília no último domingo, 8, onde manifestantes de direita invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Federal e o STF, ficou constatado que muitos catarinenses estavam entre as pessoas presas pela Polícia Federal.
Todos acabaram sendo levados para um galpão da PF para serem ouvidos e enquadrados, se for o caso, no Artigo 359-L da Constituição Federal que prevê reclusão de 4 a 12 anos para quem “Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído“.
Diante dos fatos, o governador Jorginho Mello (PL) determinou que a Secretaria de Articulação Nacional do Estado, em Brasília, acompanhe de perto a situação dos 19 catarinenses que se encontram detidos após os atos registrados na Capital Federal.
Jorginho também contatou a Ordem dos Advogados do Brasil de SC, a Procuradoria-Geral do Estado e também com a ministra do STF, Rosa Weber. De acordo com as advogadas da Secretaria de Articulação Nacional que estiveram no local, todos estão sendo acusados dos crimes de atos terroristas, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição, incitação ao crime e dano ao patrimônio público.
O deputado federal Marcelo Calero (PSD-RJ) entrou com um pedido junto ao ministro Alexandre de Moraes para que o governador Jorginho Mello seja incluído no inquérito dos atos antidemocráticos por oferecer a estrutura do Estado aos acusados catarinenses.
E quem não gostou dessa ação do governador de Santa Catarina foi o presidente do Partido dos Trabalhadores de Santa Catarina, Décio Lima, que disse que os catarinenses cometeram um ato “Terrorista” e que atitude de Jorginho Mello, de acompanhá-los, os iguala a eles.
Décio postou o texto publicado pelo governador do Estado e embaixo escreveu que “os crimes que esses catarinenses cometeram é de “TERRORISMO” crime hediondo sua cumplicidade o iguala a eles. Nosso estado não pode se permitir a isso e não ficaremos resignados diante de tamanho absurdo”.
A atitude do petista deixou o clima entre petistas e bolsonaristas do Estado ainda mais quente e mostra que, nesse momento, será muito difícil o entendimento das duas alas. Décio Lima perdeu a eleição de 2022 para Jorginho Mello e já se coloca com um futuro adversário do governador de Santa Catarina em 2026.
O fato criado por Décio não foi dos mais republicanos e impróprio para um momento de tamanha tensão na política brasileira. Neste momento não se pode admitir que políticos, seja de qual lado for, bote mais lenha nessa fogueira.
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