Prefeitura de Blumenau tá empilhando investigações internas sem conclusões

O Santa publicou na sexta-feira, 25, uma bela matéria da jornalista Bianca Bertoli, com a foto acima do Patrick Rodrigues, onde por quatro meses monitoraram os veículos da prefeitura e compararam com o que mostra o aplicativo de controle de frota.

Viu-se que o serviço é falho, pois pelo menos um desses veículos, segundo a matéria, foi usado por um engenheiro da Seurb, que é servidor de carreira, para ir até um parque no bairro Vila Nova para fazer caminhadas no meio da manhã de vários dias, mas o serviço de controle mostrava o veículo parado em outro lugar.

A prefeitura até reconheceu o problema e disse que vai abrir um processo administrativo e, se constatada a irregularidade, dará sequência aos devidos procedimentos para responsabilizar o servidor.

Segundo a matéria, a Prefeitura diz que não há prejuízo para o município com o serviço de monitoramento, pois o que é colocado no Portal da Transparência é diferente do que é registrado no controle interno.

Com essa resposta, ficou claro que o que vai no Portal da Transparência é só o que não compromete a atual administração e casos como o relatado na matéria, acabam não aparecendo para a visualização do munícipe.

Mas esse vai ser mais uma investigação interna que vai cair no esquecimento e que provavelmente vai ser empurrado com a barriga para haver uma conclusão e, principalmente, o blumenauense não terá acesso a conclusão, se ela existir.

Não dá para esquecer os casos mais impactantes, como o do servidor Guto Reinert, ex-diretor do Samae, que autorizou o pagamento de supostas horas extras e sobreavisos em desacordo com a lei municipal, ficando configurado o crime de improbidade administrativa, segundo a investigação policial.

A Polícia civil, inclusive, encontrou na casa de Guto Reinert a quantia de R$ 200 mil em espécie que, segundo a investigação, era para pagar contas da campanha a vereador do servidor.

Tem também o caso do uso irregular de verba federal destinada à compra de alimentos para a merenda escolar que, durante a pandemia, deveria ser utilizada para a composição de cestas de verduras distribuídas às famílias dos estudantes, mas a apuração mostrou que foram comprados produtos de hortifrúti em valores acima dos praticados pelo mercado, o que configura prejuízo ao erário público.

Além disso, a polícia também investigou denúncia de que alguns dos agricultores contemplados na chamada pública para fornecer alimentos de produção familiar não estavam plantando os produtos para os quais foram contratados pela prefeitura e, ao invés disso, eles compravam os alimentos no Ceasa de Blumenau e depois repassavam à prefeitura.

Enfim, essas e outras investigações internas, de casos bastante relevantes, nunca tiveram uma conclusão e se tiveram nunca foram repassadas aos blumenauenses, jogando toda a sujeira para baixo de um tapete que tá ficando pequeno.

Tá mais do que na hora de a Prefeitura de Blumenau começar a mostrar se realmente foi feito algo nesses e em outros casos e de provar para o munícipe que combate toda esse suposto desvio de conduta de alguns membros da administração.

Caso contrário, todos esses “mecanismos” contra o mau uso dos recursos públicos não passa de uma peça de teatro onde há um faz de conta na fiscalização e, se vier a tona, a conclusão é empurrada com a barriga até que se esqueça o fato.   

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