Quando vão parar de colocar gasolina nessa fogueira

Desde a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula as Silva (PT) na apuração do segundo turno, no dia 30 de outubro, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sustentam a narrativa que houve discrepância em algumas urnas da região do Nordeste do Brasil.

Mas se as manifestações não estão sendo financiadas pelo governo Bolsonaro e nem pelos empresários que o rodeiam, quem mantem toda essa estrutura de logística, alimentação e até a fabricação de algumas fake news que mantem esse povo fervoroso?

O fato é que a classe política já virou a página da eleição e está se dedicando intensamente para fazer com que as propostas de Lula caibam no orçamento feito pelo governo de Jair Bolsonaro. Só por isso, a população deveria fazer o mesmo e aceitar que Lula vai sim assumir o comando do Brasil no dia 1º de janeiro de 2023.

Digo desde já que essa minha fala não é de esquerdista e nem de direitista, mas sim é o que diz o trâmite legal de todo o processo eleitoral. Metade do Brasil não gostou do resultado das urnas, mas em momento nenhum o Exército vai se insurgir contra a Constituição e proibir o petista de assumir.

Vou aqui me apropriar de uma declaração do jornalista Adelor Lessa, de Criciúma. Segundo ele, por que todo esse povo não se mobilizou para impedir que Lula fosse candidato? Porque as pessoas não foram para as ruas naquele momento para impedir que ele disputasse a eleição, pois se ele é ladrão agora, ele era ladrão lá atrás também.

Por uma questão de democracia e até de sobrevivência econômica do país, que segundo o ministro Paulo Guedes, o Brasil está caminhando nos trilhos, temos que entender que essas manifestações não vão dar em lugar nenhum e o preço pode ser caro demais lá na frente.

O próprio Partido Liberal e o presidente da República já sabem disso, tanto que o PL já planeja subsidiar Bolsonaro nos próximos quatro anos para que ele seja o líder da direita no país e dispute novamente a eleição em 2026 para, democraticamente, voltar ao poder.

Então não podemos acreditar mais em quem quer que seja que posta narrativas que nem sempre são verdadeiras. Há problemas na democracia brasileira, mas hoje é o que temos e até que se arrume coisa melhor, temos que ir com essa que está aí.

A internet e as redes sociais não podem se sobrepor as leis. Se queremos leis melhores, vamos eleger políticos melhores. Com políticos melhores, não há ministro do Supremo Tribunal Federal que ouse fazer qualquer coisa que lhe dê a cabeça.

Mas enquanto votarmos em legisladores somente pelo número, seremos comandados por aquilo que eles acham que é verdade e não por aquilo que a gente sempre lutou. Não existe salvador da pátria, nem na esquerda e nem na direita.

Daqui há dois anos tem uma nova eleição e é por ali que se pode começar a pensar mais na hora de escolher o prefeito e os vereadores. Eleição também é treino e o eleitor só vai acertar quando dedicarmos um tempo para pesquisas sobre aquela pessoa que você escolheu votar.

Se for bom, vota; se for ruim, troca!

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