As cartas estão sendo marcadas nos possíveis futuros governos

Político nenhum gosta de dizer que já tem entendimento prévio com algumas pessoas caso ganhe a eleição. E como nessas eleições houve o segundo turno para governador e para presidente, os deputados estaduais e federais já eleitos não estão perdendo tempo e tentam garantir seus espaços nos futuros governos, independente de quem vença.

Aqui em Santa Catarina a disputa maior fica por conta das sete cadeiras da mesa diretora da Assembleia Legislativa, em especial a presidência. Os deputados do PL, com uma bancada composta por 11 membros, já conversam entre si para ficar com a vaga.

Nilso Berlanda, Sargento Lima, Ana Campagnolo e Marcius Machado são os mais interessados. Inclusive o deputado Marcius Machado sugeriu que cada um dos quatro ficasse na presidência da casa por um ano.

Mas as coisas dentro da Alesc não são simples assim e as demais bancadas já torceram o nariz quando souberam da reunião dos deputados aliados a Jorginho Mello (PL).

Independentemente de quem seja o eleito para o Governo do Estado, seja do PL ou do PT, vai ter que conversar com os outros deputados, em especial os do MDB, para conseguir ter maioria no plenário.

Tudo indica que Jorginho vencerá Décio no dia 30 deste mês, mas mesmo tendo 11 deputados estaduais a seu favor, vai precisar de, pelo menos, mais 10 para ter a maioria.

Com os 6 do MDB ele já resolve boa parte do problema, já que o PSD de João Rodrigues tem 3 deputados e apoia o senador nesse segundo turno. O União Brasil pode via a reboque do PSD, já que foram aliados no primeiro turno, mas mesmo assim só depois de muita negociação.

Negociar com o MDB não é difícil, desde que você dê o que eles pedem, e eles já demonstraram querer muito a presidência da Assembleia neste primeiro biênio.

Dentro do partido, Mauro de Nadal foi o nome de maior consenso entre os deputados emedebistas, mas Antídio Lunelli já conversou com Jorginho Mello, conseguindo inclusive o apoio dele, e articula individualmente para que possa ficar com a vaga.

NA ESFERA FEDERAL

Para presidente da República só saberemos mesmo quem sairá vencedor desse segundo turno depois da contagem dos votos, mas na esquerda já se comenta que se Lula vencer, Décio Lima seria o próximo ministro da Pesca, cargo que seguidamente tem ficado com Santa Catarina.

Dário Berger (PSB) também não está parado e já articula junto a Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente, para ser indicado para a Eletrosul. Outro nome que não deverá ser esquecido por Lula é o de Gelson Merísio (Solidariedade).

Ele coordena a campanha de Décio Lima em Santa Catarina para o governo do Estado e está trabalhando muito para melhorar a votação do ex-presidente aqui no estado.

Ele quer um ministério, mas deve ganhar mesmo alguma diretoria importante, pois Lula terá que agraciar correligionários de estados mais fortes com ministérios para conseguir trazer para o seu lado um bom número de deputados federais e senadores.

Pelos lados de Bolsonaro, Jorge Seif (PL) é quem deve ter mais influência junto ao governo se o capitão do povo se reeleger. Seif assumirá a vaga no senado, mas sem dúvida indicará pessoas próximas para cargos federais em Santa Catarina e o ministério da Pesca deve ser um deles.

Kennedy Nunes (PTB), que é bolsonarista de carteirinha e tem o apoio de Esperidião Amin (PP), não se elegeu para o senado, mas pode ser indicado para algum cargo federal, pelo menos até 20224, quando pretende disputar a prefeitura de Joinville.

O próprio Amin, que é amigo de longa data do atual presidente, pode dar holofotes para o filho João Amin (PP), que não se reelegeu deputado estadual, em alguma cadeira federal aqui no estado. Hoje João e Pedro Silvestre (Pedrão) são os nomes naturais para a disputa da prefeitura da Capital.

O fato é que ninguém quer ficar de fora da festa do vencedor e vão articular muito para poderem ocupar os espaços vagos na máquina estadual e federal, já com vistas para as eleições de 2024, que também já começou.    

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